O Video Music Awards 2012 foi ao ar
na Quinta-feira passada (06 de
Setembro) com a promessa de
sempre: inovar o evento, chocar o
público e libertar a música de
qualquer barreira imposta pela
indústria. É incontestável que o VMA
permanece como a premiação com
maior potencial para uma polêmica,
não apenas por seu histórico, mas
também pela forma como é
produzido e tratado pela MTV.
Mas em seu vigésimo nono ano – em
pleno 2012 – chocar a plateia parece
ser uma tarefa quase impossível para
o VMA. Isto porque, atualmente, os
grandes artistas pop passam o ano
inteiro já causando cenas e fofoca o
suficiente. Roupas extravagantes,
apresentações bizarras e declarações
sensacionalistas já ultrapassam os
limites de horário entre o tapete
vermelho e o encerramento do
evento. Ultrapassam, inclusive, a
própria MTV. Com tantos outros
meios de comunicação mais baratos e
flexíveis de horário, artistas passaram
a controlar de forma mais individual a
forma como lançam videoclipes e dão
entrevistas.
O VMA de quinta passada entregou
apenas seis prêmios ao vivo (no
palco, sem contar o que Demi Lovato
recebeu no pré-show). Dentre o
suposto “triângulo amoroso” Drake,
Chris Brown e Rihanna, todos
venceram. A grande celebração da
noite, porém, foi a boyband
OneDirection, que subiu duas vezes
ao palco e ainda se apresentou. Nos
áureos tempos da MTV, seria a banda
com mais visitas carimbadas ao TRL
(Total Request Live) em 2012; porém,
o TRL terminou já há algum tempo.
E a pouca entrega de prêmios
durante o VMA 2012 caracteriza que,
de premiação, o Video Music Awards
passou a ser apenas um evento
musical. Evento que carrega o peso
de celebrar a música, os artistas e os
fãs, mesmo não estando *sempre*
necessariamente equipado para isso.
Falhas técnicas ainda são comuns no
VMA, mesmo em 2012, e as
estratégias de merchandising ainda
são questionadas pelos marqueteiros
de TV. O público do filme “A Saga
Crepúsculo: Amanhecer, Parte 2” tem
tudo a ver com o público da MTV,
mas até onde vai o fator de que
cinema não tem *nada a ver* com
um prêmio musical? Pelo contrário, a
MTV tem até uma premiação de
cinema – onde tais ações de
merchandising seriam absolutamente
muito bem vindas.
Discussões a parte, a MTV ainda
detém da supremacia de música na
TV internacional. Em meio às críticas
em relação à sua programação
atualmente muito mais em volta de
reality shows e seriados, ainda não
apareceu nenhum outro canal com a
proposta da “velha MTV”. É um
segmento ainda dominado pela
Viacom, empresa dona da MTV e de
outros canais também “musicais”
como Vh1, Palladia, BET, MTV2 e MTV
Tr3s.
Numa geração conectada, também
ficou clara a distinção de
performances tradicionais como
Green Day, P!nk e Alicia Keys, e
sucessos virtuais que foram parar no
VMA, como Frank Ocean e PSY. Frank,
que em Julho compartilhou em seu
Tumblr que o seu primeiro amor foi
um homem, chocou o mundo do hip
hop como o primeiro rapper
homossexual (ou bi?) assumido. PSY,
sucesso há anos na Coréia do Sul,
invadiu o VMA com o seu hit de K-
Pop “Gangnam Style”, pouco depois
de ter assinado contrato com Scooter
Braun, mesmo manager do Justin
Bieber. Dentre todas as performances,
destoaram-se aqueles que não
dependem mais da TV (ou da MTV)
para se promover. Alicia Keys, Green
Day e P!nk não conseguiram chamar a
atenção da mesma forma.
Em 2013 algo grande acontecerá para
a trigésima edição do Video Music
Awards, que pode ser considerada a
maior noite musical da MTV. Com a
turnê de Justin Bieber de vento em
popa e novos álbuns de Lady GaGa,
Taylor Swift e Kanye West, podemos
esperar que a premiação tenha uma
pitada de emoção a mais – que este
ano ficou de fora. E que a celebração
da música continue viva!
@ThyagoMyron
domingo, 16 de setembro de 2012
A Fábrica: VMA 2012 com apenas seis prêmios, alguns erros, e nenhuma polêmica
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