Pages

domingo, 16 de setembro de 2012

A Fábrica: VMA 2012 com apenas seis prêmios, alguns erros, e nenhuma polêmica



O Video Music Awards 2012 foi ao ar

na Quinta-feira passada (06 de

Setembro) com a promessa de

sempre: inovar o evento, chocar o

público e libertar a música de

qualquer barreira imposta pela

indústria. É incontestável que o VMA

permanece como a premiação com

maior potencial para uma polêmica,

não apenas por seu histórico, mas

também pela forma como é

produzido e tratado pela MTV.

Mas em seu vigésimo nono ano – em

pleno 2012 – chocar a plateia parece

ser uma tarefa quase impossível para

o VMA. Isto porque, atualmente, os

grandes artistas pop passam o ano

inteiro já causando cenas e fofoca o

suficiente. Roupas extravagantes,

apresentações bizarras e declarações

sensacionalistas já ultrapassam os

limites de horário entre o tapete

vermelho e o encerramento do

evento. Ultrapassam, inclusive, a

própria MTV. Com tantos outros

meios de comunicação mais baratos e

flexíveis de horário, artistas passaram

a controlar de forma mais individual a

forma como lançam videoclipes e dão

entrevistas.

O VMA de quinta passada entregou

apenas seis prêmios ao vivo (no

palco, sem contar o que Demi Lovato

recebeu no pré-show). Dentre o

suposto “triângulo amoroso” Drake,

Chris Brown e Rihanna, todos

venceram. A grande celebração da

noite, porém, foi a boyband

OneDirection, que subiu duas vezes

ao palco e ainda se apresentou. Nos

áureos tempos da MTV, seria a banda

com mais visitas carimbadas ao TRL

(Total Request Live) em 2012; porém,

o TRL terminou já há algum tempo.

E a pouca entrega de prêmios

durante o VMA 2012 caracteriza que,

de premiação, o Video Music Awards

passou a ser apenas um evento

musical. Evento que carrega o peso

de celebrar a música, os artistas e os

fãs, mesmo não estando *sempre*

necessariamente equipado para isso.

Falhas técnicas ainda são comuns no

VMA, mesmo em 2012, e as

estratégias de merchandising ainda

são questionadas pelos marqueteiros

de TV. O público do filme “A Saga

Crepúsculo: Amanhecer, Parte 2” tem

tudo a ver com o público da MTV,

mas até onde vai o fator de que

cinema não tem *nada a ver* com

um prêmio musical? Pelo contrário, a

MTV tem até uma premiação de

cinema – onde tais ações de

merchandising seriam absolutamente

muito bem vindas.

Discussões a parte, a MTV ainda

detém da supremacia de música na

TV internacional. Em meio às críticas

em relação à sua programação

atualmente muito mais em volta de

reality shows e seriados, ainda não

apareceu nenhum outro canal com a

proposta da “velha MTV”. É um

segmento ainda dominado pela

Viacom, empresa dona da MTV e de

outros canais também “musicais”

como Vh1, Palladia, BET, MTV2 e MTV

Tr3s.

Numa geração conectada, também

ficou clara a distinção de

performances tradicionais como

Green Day, P!nk e Alicia Keys, e

sucessos virtuais que foram parar no

VMA, como Frank Ocean e PSY. Frank,

que em Julho compartilhou em seu

Tumblr que o seu primeiro amor foi

um homem, chocou o mundo do hip

hop como o primeiro rapper

homossexual (ou bi?) assumido. PSY,

sucesso há anos na Coréia do Sul,

invadiu o VMA com o seu hit de K-

Pop “Gangnam Style”, pouco depois

de ter assinado contrato com Scooter

Braun, mesmo manager do Justin

Bieber. Dentre todas as performances,

destoaram-se aqueles que não

dependem mais da TV (ou da MTV)

para se promover. Alicia Keys, Green

Day e P!nk não conseguiram chamar a

atenção da mesma forma.

Em 2013 algo grande acontecerá para

a trigésima edição do Video Music

Awards, que pode ser considerada a

maior noite musical da MTV. Com a

turnê de Justin Bieber de vento em

popa e novos álbuns de Lady GaGa,

Taylor Swift e Kanye West, podemos

esperar que a premiação tenha uma

pitada de emoção a mais – que este

ano ficou de fora. E que a celebração

da música continue viva!

@ThyagoMyron

0 comentários:

Postar um comentário