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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Fabrica: A Face E A Face Pop Do Maroon 5

Desde os Bee Gees uma banda de
rock Californiana não se entregou
tanto ao pop dançante de guitarras
acústicas e letras sobre o fim de um
relacionamento. Em “Overexposed”, o
quarto álbum de estúdio, o Maroon 5
decidiu jogar com as cartas que tem:
um vocalista carismático, um som
recheado de sintetizadores e efeitos, e
letras sobre romance.
Não é a toa que Max Martin, que já
produziu artistas como Britney
Spears, P!nk e Ke$ha, ganhou uma
vaga de produtor-executivo de
“Overexposed”. A nova fase do
Maroon 5 respira a fórmula de
sucesso que se iniciou com
“Misery” (que salvou, ao menos em
termos de mercado, o álbum anterior
“Hands All Over”), com letras
monotemáticas e melodias parecidas,
mas que ainda assim exploram o
dance-pop com bom gosto. Não é tão
simples, nos dias de hoje, se fazer um
pop dançante de sucesso sem a
presença de Nicki Minaj, Flo Rida ou
Pitbull. Assim como os Bee Gees,
porém, o Maroon 5 navega pelos
mares do pop rock com a pitada certa
de dance music. Não é segredo para
ninguém que há toda uma
metodologia na produção de um hit
dance-pop, e fica interessante o fato
que o Maroon 5 abraça e ao mesmo
tempo faz uma sátira às máquinas
que usam na edição de suas faixas.
A idolatria em volta de Adam Levine
também não pode ser ignorada. Se já
não era antes, o Maroon 5
definitivamente se estabeleceu em
“Overexposed” como uma banda de
uma face só. Jurado do The Voice e
participante especial do seriado
American Horror Story (segunda
temporada), Adam ganhou o
interesse do público e também se
tornou protagonista de inúmeras
fofocas nos tabloides do mundo
inteiro. Há muito tempo não se via
um interesse tão alto no vocalista de
uma banda de rock. O seu tom de
voz diferente – também altamente
explorado no trabalho do Maroon 5 –
encaixou direitinho na agenda do
produtor Max Martin, famoso por
utilizar tons pós-disco nas guitarras
que acabam deixando espaço para
que os vocais cresçam. Mais do que o
vocalista, Adam Levine é o
protagonista de todos os versos, de
todas as faixas, do álbum inteiro de
“Overexposed”.
E assim, Maroon 5 tecnicamente se
tornou uma performance pop com
essência de banda de rock. Turnê sem
grandes cenários e trocas de roupa,
mas com o astro maior Adam Levine
sendo idolatrado como só os
vocalistas de bandas mais maduras
conseguiam ser. Dentre “Misery”,
“Moves Like Jagger” e “Payphone”, três
grandes hits que conseguiram engolir
o catálogo antigo de sucesso da
banda, como faixas “This Love” e
“Sunday Morning”. Os Bee Gees da
nossa geração estão colocando o rock
(usando o termo livremente, sem
entrar em grandes definições do
gênero) nas baladas, nos shows
lotados, e – principalmente – nas
rádios de todo o mundo.


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