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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A Fábrica: O sucesso da intimidade comercial de Taylor Swift

As músicas de Taylor Swift são
melhores que uma melhor amiga e
um pote de sorvete juntos. O fim
de qualquer relacionamento é
sempre complicado, difícil, triste, e
por isso a fórmula de músicas do
tal tema sempre funcionou. Seja
com a atitude de “So What?” da P!
nk, ou melancolia de “Someone
Like You” de Adele, ou ainda o tom
de superação em “Stronger (What
Doesn’t Kill You)” de Kelly Clarkson,
músicas sobre corações partidos
fazem sucesso há anos na cultura
pop. O que torna Taylor Swift
diferente, porém, é que ela vai
além do argumento.
Taylor não canta pra fora, mas de
dentro. Seu trabalho circula a
intimidade em sua forma mais pura
e verdadeira. “We Are Never Ever
Getting Back Together”, o primeiro
single de “RED”, já virou um hino
da menina que simplesmente não
aguenta mais. E pode até ser
precipitado, e que ela volte com o
tal cara, mas o que importa é que
*agora* ela quer dizer a ele que o
relacionamento jamais terá
retorno. Em um tempo de crise
econômica, pior ainda na indústria
musical, a pureza, dignidade e até
imaturidade de Taylor Swift fazem
sucesso. O espetáculo de seu novo
álbum não está na busca por boas
músicas, mas na completa falta de
vaidade de Taylor em expor os seus
sentimentos e falar de sua vida de
forma tão inteira e detalhada.
“RED” é extremamente bem feito
por canções que não falam de
amor, mas sim dos amores que a
própria cantora viveu em seu
pouco tempo de vida. E por que
diabos Taylor Swift escolheria para
seu primeiro single uma música
que provavelmente está
atormentando um de seus ex-
namorados? Simples: porque às
vezes é divertido apontar dedos,
dizer o que queria, e dar risada de
coisas tristes.
“RED” é muito mais do que a
celebração da literatura de
autoajuda, e vai muito além do
álbum anterior, “Speak Now”, pois
este soava solitário, caseiro e
pouco divertido. Taylor Swift
acerta no tom positivo – mesmo
que subentendido – que “RED”
carrega. O disco traz mais do que
histórias, e pincela a personalidade
forte de Taylor em músicas que a
mostram tomando decisões,
expressando opiniões, e dando
lições de vida para pessoas que
passaram pelos mesmos problemas.
Mais do que estabelecendo uma
conexão com os fãs, Taylor Swift
agora está apresentando soluções
também. E há a transição do
country para algo extremamente
mais pop. Alguns elementos
permanecem, mas Taylor Swift já
transcende os gêneros para criar
algo organicamente original em
composição e melodia. E é tão
original que fica na cara quando
alguém está tentando fazer algo
parecido.
Não há dor que não possa ser
transformada em arte. Seis
Grammys depois, Taylor Swift ainda
consegue lançar novos clássicos
modernos e ter arrasadoras
vendas. A expectativa da primeira
semana de “RED” é para um milhão
de cópias adquiridas. Uma carreira
construída por calma, confiança e
coragem, e que segue em frente
com agenda e equipe bem
construídas. A percepção é que
Taylor ainda não se vendeu para a
indústria, e nem pretende, pois o
seu grande potencial está
justamente na espontaneidade e
normalidade. “RED” é um passo
inovador, importante, e
definitivamente impressionante na
carreira de Taylor Swift, que –
vamos lembrar – apenas começou.

Twitter: @ThyagoMyron
Fonte: Popline


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